Um mês de espera (…)
2016
Textos escritos em Português do Brasil.
As traduções foram feitas automaticamente para outras culturas ao menos aproximarem-se do universo lírico.
Despir
Despede-se de qualquer rigor
do pensamento
Apenas para ser sincera
Sim! Conforme
sem forma decide
mostrar o caos-espaço
Do miserável ser que
Ama
E tem amor
guardado, mas
o medo não permite amar
e
por isso é
alvo da despedida.
Ao ouvir Cavalo.
Pupila não seca
Se tem ferida
E quando de encontro encontra outra
Há lágrimas que se apresentam
à contemplar partida
Concedem
não pouca
mas muita vida
Ao olhar Maré.
Frutas na cesta, parte da mandioca cortada no freezer, pão italiano, se compartilha uma jovem mexerica da primeira safra, caldo. Dessa vez tem mais convidados. Que normalmente. É bom fatiar o pão e tirar os pequenos pedaços de raízes da boca e acrescentar gergelim e discutir sobre os tradicionais costumes. Adentrar no silêncio. E lembrar que somos humanos. Não importa se vivestes duas décadas. Todos precisamos de caldo. Mas gostoso é em meio aos caldos rir da mudança de nós. Mesmos. Os convidados também acham graça. Às vezes, questionam. Quer dizer, na maioria das vezes. Não é relevante. Se é, a gente vê novela… ou… vê quem gosta. O fim é mais simples. Talvez mais saboroso que o caldo para uma noite de outono. Dormem todos embaixo do mesmo teto. Para lembrar que somos humanos. Não importa se vivestes meio século. Reencontro.
Ao receber meus pais.
Cidade
Programa o tempo
Esgotam-se as possibilidades de
Sentir
Tudo pela metade
Silêncio:
verdadeiramente quando sentiríamos?
Ao ter um dia cheio de atividades.
Acolhimento, arte
O que é?
Excitação.
Pausa!
Vermelho. Suor.
De de desorienta ta ta ção
a quem se recorre?
Responde, anda!
Estrutura programada
v a i a o c h ã o
Exposição
de si
Agora sim estamos falando de experiência.
Ao ser contestado.
É sobre os mares que eu quero falar, depois de ouvir sobre as lagoas, que de todos eles um em particular me alcançou, pois não o vi sozinho. O silêncio instaurado quando se está em solidão não é por si só uma ordem do pesar, mas se faz necessário observar a ausência de sons e pensamentos compartilhados ao fitar a imensidão de uma parcela dos oceanos – a beleza do interstício das palavras ao pé das ondas que gritam em seu descanso. Além da minha presença me apresento a sua e sem necessidade de verbo, o diálogo se estabelece entre nós e o mar. Observe. Não precisamos ver para nos comunicarmos; a permanência no mesmo espaço é o suficiente para nos sentirmos existentes ou vivos. É noite. E toda a mata parece contemplar atenciosamente as crônicas dos mares também.
Ao ouvir um trecho de Desumanização.
Cardume entra em cena
Dançando estórias mil
Marinheiro chora
Ao participar da contação de histórias.
(Quem te ensinou a nadar? Foi, marinheiro, foi o peixinho do mar)
Defenda-se
Crie um personagem
Ao interpretar Meletos.
Muito além de mérito.
Ao conversar com professor.
Afeto
Por que tens medo?
Não tem segredo
Para o tempo não tem teto
De se arrancar um sorriso.
Afeto, quieto
Porque tens medo
Ao chegar a algumas conclusões.
Siga. É a ponte a sua referência. Lá se encontra toda a possibilidade de sentir e desejar. Talvez se identifique. Em um fluxo intenso de travessia te restará pouquíssimo tempo até ser engolido. É sua primeira vez, lembre-se; a ponte já tem muitos anos. Quem já passou por ela, sempre retorna, com bastante frequência. Vício. No entanto, poucos que vão lá não simplesmente atravessam-na. Param para contemplar o rio, de mesmo fluxo intenso, que corta perpendicularmente a estrutura, passando por debaixo dela. Existe uma certa simplicidade em seu ânimo de vida. Do rio, e da minoria que divide esse fôlego. Eu chamaria de inocência. Inevitavelmente, você deverá passar pela ponte. E passará muitas vezes até ouvir o convite da doce correnteza. Quando discernir sua voz, entenderá porque alguns se debruçam nela. E eis aqui o momento em que justifico as manchas dessa carta: muitos passaram por lá e nunca notaram o rio.
Ao assistir Chihiro.
No canto da festa
Cantando ao som da saudade
Tim Maia se encanta
Ao ir no Milo.
Horas a fio num copo barato. O prato? Conjunto o faz, sem mais do mesmo, risadas e um quase choro com coro da música que todos não perdem por esperar. Levante e discuta estenda a hora de ir para a cama ainda que lhe reste quatro para acordar. É quando se estabelece um combinado simples em uma tentativa de abraço. Devemos nos reencontrar já que o sono transforma o dia e a noite em uma coisa só mas não permite que eu boceje apenas uma vez. A conversa merece um intervalo para se ouvir.
Ao trombar Mayra e Bia.
Quanto mais ofegantes deveremos ficar para entendermos que existe um mesmo responsável por inflar nossos pulmões?
Ao ouvir amigos sobre conflitos relacionais.
Do respirar ânimo após perceber as movimentações daquela parcela da flor da juventude determinada em cerrar os grilhões que lhes pesam na escalada de sua liberdade.
Ao ver Quando meus pés “não” pisam o chão.
Cidade cara,
Cidade para
Vara cidade.
Cidade sara,
Cidade rara.
Ao procurar imóveis.
Quase lá. Buraco sem fim. Na verdade, parece que estamos quase lá. Afinal, já estamos algumas horas transitando entre quedas. Um breu; vácuo. Depois de um tempo a caída não preocupa mais. Confesso que até gosto desse suspense de não saber onde vai dar. Mas se não der, estarei em queda declarada para sempre? Ainda bem que não estou sozinho. É até engraçado lembrar do porquê decidimos entrar nesse buraco. A começar que não foi ideia nossa. E a maior parte de nós nem teve nada a ver com isso. Cá estamos. Entram quadras, entre quedas, entroncados. Pisca!
Essa foi só a toca do tatu-bola; nem entramos na cidade. Estórias de buracos chamaram nossa atenção. Fomos atraídos pela gravidade. Um universo, gigante. Ninguém se vê, afinal é escuro, mas sabemos que estão lá. Nós. E as estórias. Passam quadras, pesam quedas, posam asas. Pisca!
Ao encontrar com Rick, Rinah e Rosa.
Silenciado pelo furto do tempo.
Parado. Sinais afora indicam a movimentação que deve ser o respirar. Parado, eis aqui a imobilidade. Um convite ao comodismo de viver a banalidade da casa desarrumada do jeito que se gosta e é feita para se gostar. De que serve as plantas na janela se o impulso de viver as inúmeras belezas de cada pólen que transitou por milhas de distância está além do vidro que separa a sua caixa do mundo? Há outros seres que respiram de igual maneira. Não se atreva a se limitar ao trajeto da sua casa ao trabalho e as horas que se dedicam ao lazer incubado. Forma de vida. Vida de formas. Joelhos no chão para ter mais chance de despencar a testa no colo da cama. Explosão de emoções que só os golpes do tempo atingem nossa cegueira. Pode ser muito mais simples e verdadeiro para além das travessas de receitas que vão ao forno. O insustentável peso que se impõe as costas pode ser derrubado com apenas um passo de dança. Dance! É um chão de tacos estalando a cada pisada forte de vontade de tornar aquele momento o mais belo do dia. O dia pede mais. A noite pede lua. A lua conversa contigo. Encare a situação como ela é. A lua se apresenta a muito tempo antes de você. Há muitas histórias e passos de dança. Parado. Dança.
Ao assistir O Futuro.