Só a rima e a métrica para aliviar o peso da cidade.
2020
Textos escritos em Português do Brasil.
As traduções foram feitas automaticamente para outras culturas ao menos aproximarem-se do universo lírico.
Respira fundo sem nadar no raso, cai de cabeça com a revolta eu caso, subterrâneo eu cavo, encontro a realidade, no paredão de sofrimento onde a piscina é o vaso e com o amor faz pouco caso. Aqui se encontram os tubos de esgoto, que transportam o lixo, equilibram o luxo, da boa vida temerosa o outdoor eu pixo e se empurram a igual tão clamada eu puxo. Em pensar que esses dejetos têm mais espaço que a gente, sufocando a céu aberto, poluindo nossas mentes, eu tomo a raiva, transmitida pelo parto, de uma mãe com 8 filhos que divide o mesmo quarto, implorando ao seu Senhor, piedade aos que não comem, há tanto tempo que tem sede, tanto tempo que tem fome, sem auxílio ou esperança, seu marido que só some e se abre a boca pra falar, tome… Quanto mais eu mergulho, corpo e alma submersos, vejo a dor dos submissos, mais escravos, menos servos. Água com sal não cicatriza essas fissuras, entocadas no espírito, herança da amargura, acorrentados pela morte da maldita ditadura, a pressão vai elevando, a vista vai ficando escura, segura… segura… Deve ter pulmão, irmão, pois suporte nessas águas não virão, senão, quem tá na superfície perde tempo e o tempo é frágil, abaixa o lucro com pessoas, objetos de naufrágios. Tá entendendo? A fenda tá pra estourar e quando eu tomo consciência sou uma gota nesse mar. Clamores, lamentos, guiam proutros trajetos, me afogando com histórias e nem passamos dos 10 metros. Saturado, é tanto ódio e muito anseio, pra falsa vida nesse meio pelo amor mostro o que creio. Num mergulho sem noção da hora eu encontrei o mundo, imundo pela superfície, longe dessa glória, eu quero ir mais fundo nesse oceano, aqui tem vida e atenção, pra matar precisa mais que a escravidão. Quem duvida só aprecia foto, mas não se esqueça sobre a natureza de um maremoto!
Esse refluxo que vai e vem, e some, consome, toda minha energia, mais sede e fome eu tenho, que nunca passa e tá longe de ser extinta e pela graça e pela tinta eu venho e resenho e proclamo. Mas não é o bastante, o desejo de gritar poesia, só fica mais maçante. Penso com cuidado, os traços, de cada letra que transcrevo vai ficando escasso o espaço de tanta rebeldia, o que seria desses versos? O sangue sobe eu vomito um manifesto! E me despeço da caneta e do papel, crendo ser suficiente, uma ilusão pra entrar no céu. Que confusão… Em frente a um mundo de embates tá minha mente e minha mão! Cognição, o refluxo toma sua rota e de repente num piscar de olhos estoura a revolta e aorta. Pulsa o sangue, eu que sinta, pigmento para tinta, manuscrito de libertação. Novamente, minha mente, coerente a mão que sente, no papel um acidente de exortação! É sempre assim, vai e vem, vem e vai, quem cai… nessa armadilha se distrai com o tempo. Compromisso, necessidade. Nas folhas de caderno não há espaço pra vaidade. Frente a idade da destruição da vida, ceifada, se eu ainda tenho a minha vou lutar por vida e mais nada. Nesse sistema sob o domínio banal, empurram a gente pra sarjeta e a lama é nosso quintal. Mas essa casa não vai ceder. Papel nós pega na lixeira e a lama usa pra escrever. O refluxo se faz presente, tá aí o porquê, nos oferecem diariamente um motivo pra morrer! Com tudo longe do cerne da Criação, arrasado, esse mundo tá fadado. O Jardim seja o norte da minha vista incomodada e que as páginas em branco não mais fiquem guardadas. Pois palavras são a nossa arma, eu já aprendi. Se o pulso acelerar, eu vou atirar, pra atingir!
Abstenha-se do medo, jogue a sorte à prova, pra lapa desse mundo o porte é pouco pro que a gente é. Construir com coletivo a consciência e a permanência da revolta de um povo vivo pela fé. Sufocados e a tormenta a bala raspa, empurra o abismo, tábua de navio pirata. Ameaça de reintegração, dizem pense bem, pensem bem no que, a resistência é o que nos fez mais fortes. Pro mandato de extorsão, governo, assinam o termo o sanguessuga suga o que promete. Repete, a mesma ladainha, opressão, tô cansado de ver sangue estampado nas manchetes. Letra miúda em tratado de paz, jaz, acordo programado, farsa do Estado. Marionete, até quando? Que tal, cortar os fios entre o controlador e o controlado? Já é de tempo que funciona assim, a maior parte vai pra eles, o chorume pra mim, pra tu, pra ela, pra nós. Salvo alguns poucos investindo em toda exploração. De consciência tranquila, férias norte-americanas, num jatinho com whisky, uma mala cheia de grana. Vamos atormentar essa cabeça. Uma hora a fita troca por incrível que te pareça. É um breve recado de quem cansou da falsa vida. Miserável de natureza já me basta. Por imposição não se suporta, dessa forma se declara ameaçada sua alta casta. Não vem de poucos, mas de muitos que estão fartos. De terem suas cabeças pisadas pelas botinas. Do aparelho de controle do sistema se mata garantindo a segurança dos que estão em cima. Levantai-vos das covas numa ode à rebeldia. Gritai mais alto pelos que já mudos estão. Pro amanhã a luta há de trazer o dia em que por terra cairão os muros da maior prisão.
As cidades respiram redes
Estas mantenedoras do não caos
Ou quase caos
Para alguns
Muitos
Que, sem tempo para conversa,
Estão preocupados em adaptar redes
Para o quase não virar tragédia
Se já não é
Para outros.
As vigas da cidade são redes, repito
Nas margens elas bambeiam
E tudo que serve como base
É aconselhável que não bambeie
Mas acontece…
Enquanto isso se dá,
Aqueles continuam sem tempo para conversa
Já disse o porquê.
De outros ares, vários preferem não saber –
Não vou entrar nesse mérito –
Mas para os interessados:
Estes constroem ruínas
Aqueles, redes.
Engole aí, goela baixo, verdade supera. Sincera, é a verdade que me diz que eu estou certo. Tão perto, cada vez mais eu afundo. No rol dos que descobrem o teor alcoólico do mundo. Ainda assim está tropeçando muito na sarjeta. Bebe a vera a megera bebida do capeta. Capitalismo é satanás não nego nem respaldo. De tanto critica, já fiz subir meu saldo. De anarco-chato a niilista duvido da própria fé. E quando a verdade deu as caras atirei no próprio pé. Não é? A mansidão… Toda a vontade de abraçar o mundo convertida em um instante de miudeza. Entre a troca de olhares do paradoxo da riqueza e da rebeldida. Quando a peteca deixou cair azedou o macarrão na mesa. E se eu fosse dar uma festa cheia de verdades, quem viria? Prego tanto a liberdade que aprisionei o discurso. Sobre a liberdade que em curso corre pelo pulso. Somente aí… talvez somente aí. Que de tanto blá blá blá, a luta é cult e os carrascos ainda estão aqui. Que expludam todos os reinados, nisso eu creio. Meu receio, ultimamente, é atropelar os meios. E o embate que me refiro não é entre Marx e Bakunin. Mas enxotando pouco a pouco os que estão perto de mim.