Parabolia

Ai Cais

Haikais das injustiças laborais.

2019

 

Textos escritos em Português do Brasil.

As traduções foram feitas automaticamente para outras culturas ao menos aproximarem-se do universo lírico.

Pariu de verão

Canoa verde anuncia

À luz grão-de-bico

Mãos enrijecidas

Lavram terras com suor

Enxadas se rompem

Caixas de sabão

Empilhadeira bambeia

Aprendiz desaba

De tanta miséria

Porque a fome não perdoa

Patrão foi pra forca

Esta lavadeira

Entrega ao rio uma canção

Ronco de jejum

Diz o maquinista

Sonolento quando noite

Melhor um café

Olhos embaçados

Numerais engordurados

Tendinite ataca

O que une os peões

Ó solidariedade

Precisas ser tu

Celebra o distrito

Crianças dançam forró

Tempo de colheita

Também há os errantes

Por vezes malabaristas

Que invertem as lógicas

Acordam as pálpebras

São só quatro da manhã

Transporte está escasso

Filhos alta classe

Dão descarga em joias raras

Culpam a empregada

Desde o quarto outono

Dessa crise planetária

O solo é deserto

E quanto a polícia

Não deixa de ser trabalho

Quando atira e mata?

O sopão de inverno

Do operário ao miserável

Então vice-versa